Livro [Confissões do Crematório] Darkside Books

Acabei adiando um tempo a resenha do livro: “Confissões do Crematório” da Caitlin Doughty que saiu pela renomada Dark Side Books. A Dark Side está se tornando uma referência em livros de terror e fantasia, sempre com um acabamento de primeira qualidade e se atendo aos detalhes para criar uma edição quase que única do livro.

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Confissões do Crematório não poderia ser diferente, sua capa dura vermelha e suas páginas vermelhas e um belo marca-páginas em forma de carta de Tarot [A carta da morte] chama a atenção de qualquer um que está na livraria.

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E esse foi o motivo que me fez levar o livro para casa, mas esqueci e pesquisar o conteúdo, e foi nessa que eu me arrependi de ter comprado o livro.

A história, [que parece mais um diário] segue os passos da escritora [Caitlin] em seu emprego como ajudante de um crematório na Califórnia. Para isso ela usa de 20 histórias para contar mais sobre sua rotina, além de revelar um pouco mais sobre sua personalidade e o que levou a arrumar esse emprego insólito.

Cada capítulo ela nos conta um pouco mais sobre o mundo da cremação e como ela se acostuma com isso. Por mais que seja diferente e mórbido, ainda é um emprego, você se acostuma. Mas o que realmente estraga o livro é a que ela insiste em trazer curiosidades sobre esse mundo, quebrando totalmente o ritmo da narrativa.

E como isso se repete por mais de uma vez nos capítulos as histórias acabam se tornando um clichê atrás do outro o que faz parecer que o fato do capítulo só serve para ilustrar o fato que ela quer contar.

Outro detalhe que deixa a história a desejar é o perfil de Caitlin, por diversas vezes ela se mostra a personagem deslocada dentro do seu próprio mundo. Mais um clichê dentro do mundo literário.

Confissões de um crematório é mais um daqueles casos que a capa é bonita, mas a história não convence.

Voltamos na quarta.

Não pode faltar na sua Estante [Arte]: “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil”

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Chega às livrarias uma nova e mais completa edição do trabalho de Jean Baptiste Debret, pintor escolhido pela corte para retratar um novo País que estava emergindo da natureza selvagem. Essas aquarelas do dia a dia, estão reunidas em “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil” da editora Imprensa Oficial do Estado de São Paulo que em 625 páginas nos mostra como o Brasil foi retratado e vendido para a Europa.

Debret morou 15 anos no Brasil e dedicou todo esse tempo a retratar de maneira exaustiva o cotidiano desse novo paraíso, graças a esse tempo Debret se tornou um “íntimo” da sociedade, se criarmos uma comparação, ele seria o nosso primeiro Boêmio.

Sapataria

Sapataria

Entre as páginas dos seus trabalhos, temos os escritos que detalha muito bem o momento que o pintor estava retratando, isso nos ajuda a contextualizar ainda mais a pintura que estamos vendo.

No meio desses escritos, percebemos como Debret se mostrava mais amigos dos índios do que dos Portugueses. Em certos escritos ele coloca o português como a raça que se perdeu na vaidade, enquanto o selvagem vive da pureza do seu momento. O Negro que é mão de obra principal da época também ganha um Status de agente modificador.

Escravo Tigre

Escravo Tigre

Essa inversão pode ser explicada pela corrente de pensamento Iluminista que o pintor carrega em suas veias.

Se você gosta de arte e quer entender um pouco mais sobre o seu país, não deixe de comprar este livro.

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VIAGEM PITORESCA E HISTÓRICA AO BRASIL
AUTOR Jean-Baptiste Debret
EDITORA Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
QUANTO R$ 250 [652 págs.]

Voltamos na Segunda!

 

Parabéns para o livro hoje é seu dia [Dia Mundial do Livro]

Esse ano tem bienal do Livro, que já tem data marcada: A 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que neste ano acontece entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro no Pavilhão de Exposições do Anhembi [Local já conhecido pelos amantes do evento]

Como esse ano temos a Bienal e no Sábado foi o dia Internacional do Livro, revive o post com dicas de outros blogueiros:

Vickawaii [Finding Neverland]

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Sinopse: O livro conta a história de Dorian Gray, um jovem belo e ingênuo que vê a sua beleza imortalizada no retrato feito pelo artista Basil Hallward, que de tão perfeito levou Dorian a exprimir um desejo: que o retrato envelhecesse e ele continuasse belo para sempre. A partir de então, Dorian recebe cada vez mais influência do cínico aristocrata Lorde Henry Wotton e se entrega a uma vida de prazeres hedonistas e superficiais, preservando sua beleza estética enquanto o retrato de Dorian Gray revela pouco a pouco a corrupção da sua alma. 

 

Porque gosto do Livro: Além da primazia estética, que faz ser o livro mais bem escrito que eu já li, O Retrato de Dorian Gray conta uma história impactante sobre a degradação do ser humano, ambientado em uma época de hipocrisias que ao mesmo tempo valorizava a moral e bons costumes. Na verdade, O Retrato de Dorian Gray questiona o tempo todo nossas crenças e nossos próprios valores, de modo que, mesmo discordando, ficamos fascinados com as ideias e discussões apresentadas no livro. Por último, meu argumento derradeiro para convencer alguém a ler, é conferir o brilhante prefácio do livro, que aborda o valor da beleza, intensão do artista e papel da arte, concluindo que “toda arte é inútil”.

 

Erika [O Mundo das Coisas]

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Sinopse: Em O mestre e Margarida, Bulgákov narra a chegada do diabo em plena Moscou comunista dos anos 1930. E satanás não está sozinho; em sua comitiva, há uma feiticeira nua, um homem de roupas apertadas e monóculo rachado e um gato preto de ‘proporções espantosas’. Tudo começa em uma tarde de primavera, quando Satanás e seu séquito diabólico decidem visitar a cidade e encontram poetas, editores, burocratas e todo tipo de pessoas tentando levar a vida em pleno regime comunista. O que todos ali não sabem é que, depois dessa visita, nada será como antes – um rastro de destruição e loucura mudará o destino de quem cruzá-lo.

 

Porque gosto do Livro: Trata-se de um livro brilhante, que vale todas as releituras que possam ser feitas, e que revela o talento de Bulgákov de forma inquestionável. Durante toda a leitura, eu desafiei a capacidade do autor de “entrelaçar” todas as ideias (que são várias – e todas conceituais, lidando com política, religião, visão de mundo etc. – ao longo do desenvolvimento do enredo) de forma coerente e me vi surpreendida no fim, por um encerramento totalmente em linha com a história. Sem dúvida, O Mestre e Margarida é um dos meus livros favoritos!

 

Ingrid Abbade [Gosto de Canela]

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Sinopse: O Pano do Diabo traça a história das listras no Ocidente, desde a Idade Média até a contemporaneidade, questionando a origem, natureza e funcionamento dos códigos que levam o listrado a serem associados ao que é marginal, ousado e até mesmo satânico.

 

Porque gosto do Livro: Particularmente, antes de conhecer o livro, eu não fazia ideia do quanto as listras, barrados e malhados (manchados) foram (e ainda são de certa maneira) um paradigma na sociedade Ocidental – significando confusão visual, a ambiguidade do bem e do mal entre outros. Um dos pontos mais interessantes e que me fazem querer indicá-lo é a facilidade para ler mesmo sendo um livro de História Social; em nenhum momento nos sentimos “excluídos”, ou com a necessidade de ser um iniciado em historia ou indumentária para entender o que o historiador quer nos dizer.

 

Kamila P [Nova Colaboradora do Site]

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Sinopse: O livro conta a história de Humbert, um professor europeu de meia idade que se muda para os Estados Unidos, lá ele se hospeda na casa na casa das Haze, onde moram Charlotte e sua filha Dolores. Assim que ele vê a menina, uma jovem de doze anos, ele se apaixona. Um tempo depois, com o intuito de se manter próximo da menina, ele se casa com a mãe dela, entretanto, a mulher descobre os sentimentos de Humbert por sua filha, mas, antes que pudesse fazer alguma coisa, ela sofre um acidente e morre. Sem a interferência da mãe, o homem e a menina saem em uma viagem pelos Estados Unidos.

 

Porque gosto do Livro: Quando foi publicado, em 1955 e até os dias de hoje Lolita ainda causa polêmica por conta do tema que aborda. Há quem considere o livro um clássico do romance moderno, em contrapartida, há quem diga que se trata de um criminoso pervertido. Entretanto, Lolita me fez refletir sobre o que é amor e o que é obsessão e, até onde isso pode nos levar e, o que mais me chamou atenção quando cheguei ao final do livro foi a inversão de sentimentos em relação as personagens. Lolita tem um desfecho espetacular e merece ser lido pela genialidade com que foi escrito.

Aguarde mais posts sobre livros, voltamos na segunda com um Novo Post.

Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura

Chega as bancas nesse final de semana [10-04-2016] mais uma coleção literária, a folha coloca a disposição dos seus leitores [ou não], um pouco diferente da sua última coleção de clássicos que tinha um apelo mais luxuoso aos livros, essa coleção tem um aspecto mais moderno [mas com cara de coisa barata].

Se a edição não é luxuosa, sua ilustração de capa é bonita [Weberson Santiago]. Um bom acerto da coleção é ter cuidado com os seus tradutores, para a Obra de Prost [A Fugitiva] temos Drummond.

Como ao longo dos anos já tivemos algumas coleções voltadas a literatura, a folha resolveu “inovar” na escolha dos escritores. Temos na coleção: Luigi Pirandello [O marido dela], Hilda Hilst [A obscena senhora D] e Sylvia Plath [A redoma de vidro], escritores esses que nunca foram lançando em coleção.

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Cada volume da coleção sai por R$ 19,90, como já é uma prática aqui no Brasil, o primeiro volume vem acompanhado com o primeiro e o segundo livro da coleção. A coleção completa pode ser comprada diretamente com a folha pelo site, ou aguardar semanalmente a cada volume na banca de jornal.

Não tenho certeza se a coleção será um sucesso, por mais que o preço de 19,90 seja muito convidativo, a coleção é lançada semanalmente ou seja 4 edições por mês que gera um montante de 79,60. Um valor bem mais alto do que em média o Brasileiro costuma gastar com livros.

Mas vamos aguardar mais novidades, em breve farei um post sobre as minhas indicações.

 

Lista Completa:

Marcel Proust – A fugitiva
F. Scott Fitzgerald – O curioso caso de Benjamin Button
Aldous Huxley – Admirável mundo novo
Lev Tolstói – A morte de Ivan Ilitch
Clarice Lispector – Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres
Oscar Wilde – O retrato de Dorian Gray
Fiódor Dostoiévski – Memórias do subsolo
James Joyce – Retrato do artista quando jovem
Luigi Pirandello – O marido dela
Virginia Woolf – Mrs. Dalloway
Edgar Allan Poe – Assassinatos na rua Morgue e outras histórias
Hilda Hilst – A obscena senhora D
Franz Kafka – A metamorfose
Herta Müller – O compromisso
Johann Wolfgang von Goethe – Os sofrimentos do jovem Werther
Samuel Beckett – Malone morre
W. Somerset Maugham – Férias de natal
Machado de Assis – Memórias póstumas de Brás Cubas
Joseph Conrad – O coração das trevas
Adolfo Bioy Casares – A invenção de Morel
Honoré de Balzac – O pai Goriot
Sylvia Plath – A redoma de vidro
Ray Bradbury – Fahrenheit 451
Fernando Pessoa – Livro do desassossego
Graham Greene – americano tranquilo
Stendhal – A cartuxa de Parma
Alice Munro – Ódio, amizade, namoro, amor, casamento
Eça de Queirós – O crime do padre Amaro

 

Voltamos amanhã…

Manual do Escoteiro Mirim, está de volta

Como este ano nós temos mais uma Bienal do livro de São Paulo, nada mais justo do que trazer boas dicas para melhorar e ampliar a sua biblioteca, ontem me deparei com uma nota especial.

A Abril Jovem vai relançar A Biblioteca do Escoteiro Mirim, seu primeiro lançamento foi em 1971, depois relançado na década de oitenta, ela servia como um manual com várias dicas úteis para a vida, além do aprendizado do escotismo ele traz dicas diversas.

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Na época ele foi lançado com 20 volumes onde cada personagem da Disney agia como um professor e ensinava coisas importantes para os jovens em formação, tínhamos o Tio Patinhas dá dicas sobre economias caseiras, a família do Donald truques sobre escotismo entre outros personagens clássicos do mundo da Disney.

Essa última sendo os mais famosos de todos, pois trazia dicas de sobrevivência no campo, você aprendia como fazer uma fogueira, como identificar uma cobra venenosa [coisa não muito recomendada]. Dicas para tirar manchas de roupas como: Ferrugem se tira com água morna e limão.

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Na época a coleção era algo bem diferente do que circulava pelas bancas de jornais e até mesmo nas livrarias, todas as edições eram de capa dura, com mais de 250 páginas e um papel com gramatura superior, o que dava um tom de credibilidade e fez com que alguns exemplares estejam até hoje em circulação.

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Se você pesquisar bem pelos Sebos pode encontrar os livros por volta de 30 reais ou a coleção completa por nada menos do que 400 reais. Não sei como vai ser essa nova edição já que seu público alvo está cada vez mais distante dos livros e mais perto da internet.

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Que criança hoje tem a curiosidade de saber como se faz uma fogueira?

Eu tive apenas um exemplar desta coleção [colecionar sempre foi o Hobby caro], não me lembro qual, mas lembro que ele infelizmente se perdeu em uma das arrumações da minha família, na época esse desejo de guardar coisas era só meu e como criança é o último a dar a palavra acabei me separando do meu livro.

O malditovivant volta na sexta com cinema!