A Bruxa o melhor do terror [The Witch]

Na quinta-feira passada tive o prazer de assistir A Bruxa. Primeiro filme do diretor Robert Eggers, que antes de escrever e dirigir esse filme já trabalhou com desenhos e produções de figurino.

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Neste filme de baixo orçamento o diretor mostra que os filmes de terror ainda podem atrair um bom público para as salas e fugindo da mesmice dos Found Footages [Gênero como Atividade Paranormal que já se mostra saturado] e cria um terror psicológico.

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Além de um roteiro muito bem acertado [Eggers o escreveu], o diretor tenta mostrar sua qualidade como cinegrafista, criando cenas tenebrosas, mas ao mesmo tempo maravilhosas. A baixa iluminação, uma trilha sonora muito bem escolhida e a presente sensação de que somos voyeurs do que está acontecendo garante a tensão do início ao fim.

A cada cena do filme, uma única referência me via a cabeça: as pinturas do espanhol Goya. A técnica de iluminação usada pelo espanhol e o ângulo de visão são bem parecidos com uma fase na qual o pintor voltou seus trabalhos para o paganismo. Existem séries de gravuras que retratam o mundo das bruxas ou quadros a óleo que retratam o Sabbat [conhecida como Pinturas Negras].

Sabbath das Bruxas [1797 - 1798]

Sabbath das Bruxas [1797 – 1798]

Wicked Woman [Sem data] lembra muito uma das cenas inicias do filme

Wicked Woman [Sem data] lembra muito uma das cenas inicias do filme

Goya é um pintor que merece um post…quem sabe no futuro.

E em algum período tenebroso do século XVII esta família acaba de ser expulsa de uma comunidade de colonizadores vindos da Inglaterra e o motivo deste banimento nunca ficamos sabendo. Porém o que tudo indica é que a família era mais fervorosa do que os demais.

Belíssima Fotografia

Belíssima Fotografia

Como foram, eles expulsos devem começar a vida longe deste vilarejo. Neste novo lar o pai William [o tenebroso Ralph Ineson] , a mãe Katherine [Kate Dickie], a filha adolescente Thomasin [A jovem talentosa Anya Taylor-Joy], o filho pré-adolescente Caleb [Harvey Scrimshaw, que dá um show de atuação na cena da absolvição], o bebê Sam e um casal de gêmeos ficam perto de uma floresta. logo William adverte os filhos do perigo dos animais selvagens e os proíbe de brincar ali perto.

Essa que seria uma chance de recomeço se torna um pesadelo para a família, primeiro com o desaparecimento do bebe de Katherine, depois com a colheita que não dá certo e seus animais se tornando cada vez mais violentos [fique atento com o Bode Black Phillip]. Dado a tantas desgraças tudo indica que Thomasin é uma bruxa, e isso leva a família a beira da loucura.

Pobre Thomasin, culpada ou inocente?

Pobre Thomasin, culpada ou inocente?

Eggers cria uma trama excelente, ficamos todo tempo tentando imaginar se Thomasin realmente é uma bruxa [ o que nos faz lembrar um pouco da peça de Arthur Miller, As Bruxas de Salem, onde a todo momento o fanatismo religioso levam os personagens a consequências trágicas].

Mas não estamos no livro de Arthur Miller e sim em um terror.

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Thomasin é colocada a todo instante entre culpada e inocente. Mas a maldade conspira ao seu favor.

A cada ação destrutiva vemos a fé [e a rigidez dela] enfraquecendo. O roteiro coloca muito mais o paganismo como uma força libertária do que tenebrosa. Thomasin sente a necessidade desta liberdade, ela sonha com seus tempos gloriosos de Inglaterra, onde não havia tantas provações e pobreza.

A fé aprisiona ou liberta?

A fé aprisiona ou liberta?

É essa liberdade que o diretor nos mostra na cena final, uma das mais belas do cinema, e que infelizmente que não terá um justo reconhecimento. Por mais que o diretor tente fazer um filme de arte ele ainda será julgado como um filme de terror.

A não ser que o Black Philip intervenha.

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Voltamos na quarta

 

Manual do Escoteiro Mirim, está de volta

Como este ano nós temos mais uma Bienal do livro de São Paulo, nada mais justo do que trazer boas dicas para melhorar e ampliar a sua biblioteca, ontem me deparei com uma nota especial.

A Abril Jovem vai relançar A Biblioteca do Escoteiro Mirim, seu primeiro lançamento foi em 1971, depois relançado na década de oitenta, ela servia como um manual com várias dicas úteis para a vida, além do aprendizado do escotismo ele traz dicas diversas.

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Na época ele foi lançado com 20 volumes onde cada personagem da Disney agia como um professor e ensinava coisas importantes para os jovens em formação, tínhamos o Tio Patinhas dá dicas sobre economias caseiras, a família do Donald truques sobre escotismo entre outros personagens clássicos do mundo da Disney.

Essa última sendo os mais famosos de todos, pois trazia dicas de sobrevivência no campo, você aprendia como fazer uma fogueira, como identificar uma cobra venenosa [coisa não muito recomendada]. Dicas para tirar manchas de roupas como: Ferrugem se tira com água morna e limão.

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Na época a coleção era algo bem diferente do que circulava pelas bancas de jornais e até mesmo nas livrarias, todas as edições eram de capa dura, com mais de 250 páginas e um papel com gramatura superior, o que dava um tom de credibilidade e fez com que alguns exemplares estejam até hoje em circulação.

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Se você pesquisar bem pelos Sebos pode encontrar os livros por volta de 30 reais ou a coleção completa por nada menos do que 400 reais. Não sei como vai ser essa nova edição já que seu público alvo está cada vez mais distante dos livros e mais perto da internet.

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Que criança hoje tem a curiosidade de saber como se faz uma fogueira?

Eu tive apenas um exemplar desta coleção [colecionar sempre foi o Hobby caro], não me lembro qual, mas lembro que ele infelizmente se perdeu em uma das arrumações da minha família, na época esse desejo de guardar coisas era só meu e como criança é o último a dar a palavra acabei me separando do meu livro.

O malditovivant volta na sexta com cinema!

A melhor cerveja do mundo

Como eu já comentei uma outra vez, resolvi chamar meu amigo de longa data para escrever sobre Cerveja. Ele entrou no mundo dos rótulos nobres a um bom tempo, além de degustar as cervejas ele resolveu se especializar sobre o assunto e estudando modos de preparo. Tudo isso para criar dicas interessantes para quem procura um rótulo diferente.

Como estamos reiniciando a parceria ele resolveu fazer um texto explicando a sua concepção [e eu concordo] de melhor cerveja do mundo.

Por Humberto Domiciano*

Desde que entrei no mundo cervejeiro há uma pergunta que sempre é feita. “Qual a melhor cerveja que já tomou?”. A resposta é bem menos simples do que pode parecer.

Quando se aprecia uma bebida, no caso a cerveja, é natural que se criem laços afetivos tanto com o líquido, quanto com as companhias e o momento em que se bebe.

Sendo assim, as melhores cervejas que já tomei podem ter sido uma Heineken numa tarde chuvosa ao lado de um grande amigo, uma Skol no forte calor de Ibitinga, na companhia da vovó ou ainda uma Pilsen, sozinho em bar de Montevidéu.

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Existe uma ideia (forte até) de que as cervejas normais, vendidas em supermercados, devem ser execradas. Confesso que reduzi o consumo de alguns desses rótulos, mas pelo fato de ter um site e de sempre buscar rótulos novos para avaliação.

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A boa cerveja é aquela que caiu bem em um momento bom e te deu algum prazer ou pensamento legal. O lance é deixar de ser chato e apreciar, com a mesma desenvoltura aquela cerveja belga que custa mais de 50 reais e também aquela Skolzinha marota.

Curta o Pensando em Cerveja

https://www.facebook.com/PensandoCerveja

O Humberto escreve quinzenalmente no site, sempre com uma nova dica de cerveja.

Oscar 2016 [Quem deve levar e quem eu gostaria de ver vencer]

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Neste domingo saberemos os vencedores do Oscar 2016, quem tem o costume de me acompanhar sabe que eu não dou muita bola para o Oscar ou mesmo para as outras premiações. Não sou de perder minha noite de sono esperando uma premiação entediante, prefiro muito mais dormir.

Mas algumas pessoas cobraram um parecer sobre a premiação então vou copiar o Jornalista André Barcinski e vou colocar minhas apostas para o Oscar, mas de uma maneira diferente. Em verde está quem deve realmente ganhar em roxo quem eu gostaria que levasse o Oscar, caso tenha uma única cor é uma unanimidade.

Vamos lá:

Filme

“A grande aposta”

“Ponte dos espiões”

“Brooklyn”

“Mad Max: Estrada da fúria”

“Perdido em Marte”

“O regresso”

“O quarto de Jack”

“Spotlight: Segredos revelados”

Diretor

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“A grande aposta”, Adam McKay

“Mad Max: Estrada da Fúria”, George Miller

“O regresso, Alejandro G. Iñárritu

“O quarto de Jack”, Lenny Abrahamson

“Spotlight”, Tom McCarthy

Ator

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Bryan Cranston, “Trumbo”

Matt Damon, “Perdido em Marte”

Leonardo DiCaprio, “O regresso”

Michael Fassbender, “Steve Jobs”

Eddie Redmayne, “A garota dinamarquesa”

Atriz

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Cate Blanchet, “Carol”

Brie Larson, “O quarto de Jack”

Jennifer Lawrence, “Joy”

Chartlotte Rampling, “45 anos”

Saoirse Ronan, “Brooklyn”

Ator Coadjuvante

Lista-de-Indicados-ao-Oscar

Christian Bale, “A grande aposta”

Tom Hardy, “O regresso”

Mark Ruffalo, “Spotlight”

Mark Rylance, “Ponte dos espiões”

Sylvester Stallone, “Creed”

 

Atriz Coadjuvante

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Jennifer Jason Leigh, “Os oito odiados”

Rooney Mara, “Carol”

Rachel McAddams, “Spotlight: Segredos revelados”

Alicia Vikander, “A garota dinamarquesa”

Kate Winslet, “Steve Jobs

 

Voltamos na segunda com um novo Post…

Eu vou estar dormindo

Eu vou estar dormindo

Bom Oscar a todos.

Presságio de um Crime [Segundo filme de Afonso Poyart]

Afonso Poyart, chegou a Hollywood com a direção de Presságio de um Crime, Poyart é brasileiro e ficou bem conhecido por conta do seu primeiro filme o inventivo 2 Coelhos, agora Poyart tem um elenco bem mais pesado e mais recursos para mostrar seu estilo.

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E ele faz isso, abusando de cenas em câmera lenta e pequenos clipes. Mas o uso desses recursos nem sempre caem bem na trama, por vezes parecem simples alegorias. Em contraponto o diretor faz belas tomadas que mostram a beleza da cidade. A Fotografia é muito bonita e merece elogios, Brendan Galvin é responsável por isso.

Na trama de Presságio de um crime é um tanto quanto simples, temos uma dupla de detetives Joe Merriweather [ o sempre elegante Jeffrey Dean Morgan] e Katherine Cowles [A belíssima Abbie Cornish], os dois se deparam com uma série de crimes sem solução, o assassino consegue entrar e sair da cena do crime sem deixar pistas.

Isso faz Joe recorrer a um velho amigo, o paranormal John Clancy [interpretado por Anthony Hopkins, fora de sua melhor forma], Clancy se afastou de tudo após a morte da sua filha, ele se recusa a voltar ao jogo, mas ao conhecer a agente Cowles e ver “o seu futuro” ele se sente atraído para a trama.

No meio da investigação e um novo assassinato, Joe percebe que a caçada ao seria killer é um pouco maior do que ele esperava.

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Como disse no início do texto, Poyart usa diversos recursos em seu filme, os pequenos clipes que interrompem a narrativa e surpreendem quem vê o filme. Este recurso funciona até certa parte do filme, mas depois se torna batido.

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Tirando isso o filme agrada bastante quem assiste. Mesmo com um Hopkins abaixo das expectativas!