No mês passado chegou aos cinemas de São Paulo o filme Demon, uma coprodução, polonesa e Israelense e com direção do falecido Marcin Wrona, este foi seu último filme. Demon, foge bastante dos filmes de terror convencional.
Na história temos Piotr [Itay Tiran], sai da Inglaterra e vai para uma pequena cidade da Polônia, para se casar com a bela Zaneta [Agnieszka Zulewska], seu sogro um dos mais famosos da cidade, lhe presenteia com uma casa, onde vai ocorrer a cerimônia de casamento, mas Piotr, é um homem de poucas tradições e pretende escavar a terra para construir uma piscina.
No meio das escavações ele encontra uma ossada. Ele tenta ligar para alguém, mas acaba desistindo e deixando aquilo para trás, isso vai trazer consequências bizarras para sua festa de casamento. Seu comportamento muda e tudo a sua volta parece não fazer mais sentido.
Wrona trabalha com a lenda judaica do Dybbuk, uma espécie de entidade que vaga pela terra e gosta de tomar o controle do corpo das pessoas. O Dybbuk está preso na terra, em geral ele foi uma pessoa que não conseguiu atravessar para o outro lado.
Usar essa perspectiva é a mais acertada dentro do Roteiro e direção de Wrona. Porém a falta de didatismo, atrapalha um pouco. O filme se perde por diálogos perdidos e sem sentido, a festa que acontece sem fim só tem explicação se você esmiuçar a tradição dos casamentos do campo. Onde as festas são regadas a bebida sem se importar com o fim, e sem a preocupação do que está acontecendo em volta, já que a festa é o acontecimento da cidade.
Mesmo com esses erros e um final que pode ser interpretado de maneiras diferente [um do viés espiritual e outro humano] Demon é um filme de terror diferente que deve ser visto, pela sua criatividade. Por vezes a direção lembra alguns elementos do DOGMA 95, com uma mescla de cenas bonitas, em especial a cena do casamento.
E já que nessa semana estréia Invocação do Mal 2 convém um aquecimento. Uma pena que ele já saiu da tela grande, agora só por DVD ou Streaming.
Voltamos na Quarta!