No começo do ano, cai na tentação de comprar alguns livros da Cosac Naify. Na ocasião a editora estava lançando uma nova linha de livros [Prosa do Mundo] composta por alguns dos clássicos de seu catálogo só que em edições econômicas.
Mas como assim a Cosac Naify tem uma edição econômica?
Sim, mas fica longe de ser uma coisa que parece mais barata, ainda temos o papel de extrema qualidade, capa dura e marca página. A edição apenas diminuiu de tamanho e deixa de ter a Luva [que as vezes é um baita de um incômodo].

Capa genial
Nessa compra acabei levando pra casa: História do Olho escrito por Georges Bataille, sobre o pseudônimo de Lord Auch em 1928. No Livro temos como personagens centrais dois adolescentes. O Narrador [personagem desconhecido] e Simone, o primeiro encontro dos dois amigos se dá em uma praia Francesa.
Depois do primeiro contato os dois se tornam cumplices em tentam redescobrir o mundo com ajuda da sexualidade. No meio de toda essa descoberta o casal de amigos [enamorados] pervertem outras pessoas, entre elas a desequilibrada Marcelle. No meio do caminho também se unem ao Senhor Edmund [uma clara referência ao conde de Monte Cristo] um Voyeur que dá mais asas a Simone.
Georges Betaille é um excelente mestre quando o assunto é usar as palavras, dentro deste livro ele trabalha com duas metáforas o Olho [ovos, bunda, Lua, testículos] e Líquidos [urina, sangue, sêmen, lagrimas]. Elas são usadas como link para um passado longínquo do escritor, onde seu pai adoeceu de Sífilis e ficou preso em uma cadeira de rodas por um longo período de sua vida.
Este ensaio cheio de “crueza” e escapismo das convenções morais da época serviu de base para os trabalhos que vieram a seguir em toda vida. Betaille é versado em antropologia e filosofia, mas sempre tentou desvendar e desmistificar os tabus sexuais por meio da sua escrita e nem que para isso tenha que romper com o sagrado.
Betaille acredita que o erotismo é parte fundamental do que nós somos. E não existe razão para termos medo do nosso corpo e de nossa sexualidade.
Se tiver coragem leia História do olho, mas abra bem os olhos para os jogos de palavras e figuras de linguagem.
O vento tinha abrandado um pouco, parte do céu estava coberto de estrelas; pensei que, sendo a morte a única saída para minha ereção, uma vez mortos Simone e eu, o universo da nossa visão pessoal seria substituído por estrelas puras, realizando a frio o que me parecia ser o fim da minha devassidão, uma incandescência geométrica (coincidência, entre outras, da vida e da morte, do ser e do nada) e perfeitamente Fulgurante.
O malditovivant retorna.
depois q eu terminar o casaco de marx quero ler esse livro.. melembro de na adolescência ver na revista a dica dese livro e nunca mais esqueci nem da capa nem do nome, por outro lado acabei deixando pra lá a leitura. pelo q vc falou, não sei se vu compreender muito bem as metáforas (as evzes sou bastante lenta com isso)…
fico feliz por você ter gostado do titulo q indiquei naquele dia em q queriamos a bolsa hahahaha