O diretor J.C. Chandor escolheu o ano 1981 para mostrar novamente as armadilhas do Sonho Americano, isso é O Ano Mais Violento, que estreou na semana passada. O filme narra a vida de Abel Morales [Excelente atuação de Oscar Isaac], um proeminente distribuidor de Gasolina, que junto com sua mulher Anna [Jessica Chastain].
Mas a empresa de Abel sofre com a explosão da violência na cidade de Nova York, logo nas primeiras cenas, vemos um dos seus caminhões é roubado e seu motorista espancado. Em meio a essa crise, Abel tenta fechar um acordo para adquirir o terreno onde trabalha, isso implica em uma aposta alta com os donos do terreno [uma família de Judeus].
Mesmo o título do filme sendo O Ano mais Violento, o filme tem poucas cenas de ação, a violência é colocada de forma subjetiva, ao mostrar os contornos da cidade e a pobreza em volta de Abel. A força do filme está nos diálogos que reforçam a luta de Abel a vencer o Sonho Americano.
Sonho esse que sua mulher Anna, não acredita. Diferente de Abel, Anna é filha de um antigo Mafioso e acredita que as coisas devem ser feitas. E a cada cena Abel desconfia mais dessa “herança” de sua mulher. Essa desconfiança é passada para o espectador que fica se perguntando o quanto Anna faz parte de tudo isso.
Oscar Isaac está perfeito no papel de Abel, ele condensa muito bem o exemplo de cidadão perfeito e honesto. Um homem que veio do nada e esqueceu suas raízes de imigrante e tenta a todo custo ser Americano. E claro viver esse sonho, mas a cada passo que dá, Abel sente cada vez mais perto de cair em um buraco de lama.
Não posso encerrar o post sem falar da “Ambientação do Filme” J.C. Chandor, recriou muito bem os anos 80, desde carros a paisagem desoladora da violência da época. Aliado ao jogo de luzes e a escolha da cor sépia e o cenário tomado pela Neve, faz de O Ano Mais Violento, uma obra visual. Um filme que merece ser visto.
Malditovivant, volta na quarta.