Eu conheci a Lana de Rey graças a um post da Dona Canela [clique aqui e leia], então nada melhor do que a própria Dona canela para falar sobre o novo Disco da Lana.
Ultraviolence, lançado no início de Junho, se faz livre das montagens e exageros sintéticos do Born to Die (2012). Ultraviolence, é como uma extensão das músicas presentes no primeiro álbum: Video Games e Blue Jeans; músicas melancólicas em que a voz se destaca dentre os instrumentais, e, que se mostram como a verdadeira identidade da Lana del Rey.
Ultraviolence tem nome inspirado no romance de Anthony Burgess, Laranja Mecânica. Na história, Alex (personagem principal) narra suas aventuras violentas usando uma linguagem de gírias, levando sua gangue a atos de “ultra violência”, além de sentir-se bem com seu comportamento fora dos padrões perante a sociedade. Alex tem prazer em ouvir música, mas acabou sendo destruído pela mesma: no final, ele associa sua música preferida com a violência, ficando atordoado quando a ouve.
Lana já afirmou gostar da sonoridade da palavra e a escolheu por essa razão, porém, observando esse recorte e associando ao que ouvimos, entendemos como o amor e estilo de vida “fora dos padrões” soam como a dita “ultraviolência”, relacionam como esses comportamentos podem te fazer se sentir bem e ao mesmo tempo destruir você; valendo lembrar que a cantora já enfrentou o alcoolismo as 16 anos de idade.
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O álbum é grandioso, mas ao mesmo tempo acolhedor e funciona como um reposicionamento da cantora. O disco é mais “sujinho” que o primeiro, traz influências do Dream Pop e da psicodelia dos anos 70 em seus acordes; vemos uma cantora amadurecendo, experimentando sua voz e melodias e tendo a coragem de regravar todo um álbum em seis meses após conhecer Dan Auerbach (vocalista da banda The Black Keys) que produziu grande parte desse “novo” CD (que algumas fontes dizem ter sido gravado “ao vivo” com uma banda no estúdio).
Com o principal produtor sendo Dan Auerbach a cantora parece ter encontrado um caminho seguro e identitário; ouvimos violinos, solos de guitarra arrastados, bateria marcante e voz carregada de efeitos. Lana del Rey se afasta da mistura entre Hip-Hop e a “América dos anos 50”, levando o álbum para o Dream Pop (ouça Mazzy Star), instrumentalidade mais limpa e rock n’ roll.
Grande parte da qualidade do álbum vem da aproximação com a psicodelia dos anos 70; Shades of Cool e Cruel World são exemplos desse gênero que parece ser uma das possibilidades para a cantora. Ultraviolence também traz relações com a psicodelia, mas com bateria mais marcada, um refrão mais presente e repetido e a famosa frase “he hit me and it felt like a kiss” original do quarteto The Crystals (1963) e que parece ter sido feita para o álbum de 2014 .

Glamour
Somente em Blue Jeans (do álbum anterior) mostram a Lana del Rey tão segura e anti-modismos, até mesmo o cover da canção The Other Woman da Nina Simone fazem sentido no novo universo dela. O foco da vez é na voz e não em mixagens; ponto muito distante do Born to Die.
West Coast, Brooklyn Baby (música em que Lou Reed iria cantar com ela, mas faleceu no dia em que combinaram para gravação) e Pretty When You Cry parecem uma tentativa de voltar ao estilo do primeiro álbum, porém, a presença do produtor parece ter atuado, e os sons soam mais crus, com menos influências eletrônicas e do hip-hop. Fucked my way up to the top, Old Money e Money Power Glory destoam do álbum, não se encaixam muito bem tanto por suas letras (mais rasas e limitadas) quanto melodia (mais eletrônicas), e que poderiam estar em Born to Die; deixando tudo um pouco confuso durante a audição.

Bella
Dentro dos seus recortes e com Dan Auerbach, Lana del Rey faz um trabalho começando a traçar sua própria identidade a partir de suas próprias influências e gostos, uma mulher cantando e fazendo um CD que teve vontade, saindo da caixinha criada pela indústria POP.
Para ouvir o álbum inteiro [clique aqui]
Para Baixar o Disco [Clique aqui]
Além de miseravelmente bela !
posso dizer que fiquei orgulhosa do meu post adoro quando voc me convida pra escrever, por mais q eu fique em pânico tentando fazer uma boa participação
Curto as músicas da Lana, mas vou confessar que ainda não ouvi o Ultraviolence. Já salvei no Spotify e ainda não escutei. Depois de ler seu post me animei pra ouvir hoje!
Beijos
Aproveita usa o link do meu site e baixa