O ano de 2014 ainda não acabou e eu arrisco em dizer que O Homem Duplicado é o melhor filme do ano e novamente ninguém vai assistir [Vide a quantidade de salas de cinema que tem estão exibindo o filme]. O Homem Duplicado foge da ideia do cinema fácil, onde mesmo com as sombras, a luz se mostra perto do fim e salva dia.
O filme é baseado em um célebre livro de José Saramago, apesar disso o diretor Denis Villenueve assimila a obra e vai direto ao ponto [fugindo da lógica dos escritos de Saramago] para “compensar” cria uma obra repleta de simbologias, dentro de um thriller bem aplicado.

Preso na teia
No filme temos Jake Gyllenhaal, no papel central [novamente se mostrando um ator de primeira linha] como Adam, outra jogada do diretor Villeneuve que mudou o nome do personagem central, para criar uma possível referência ao primeiro homem.
Adam é um professor de uma universidade, que vive uma vida monótona, por conta desta nossa modernidade vive institucionalizado preso a sua rotina. Suas aulas se repetem dia após dia, sua vida se resume a isso, e mesmo tendo um romance tórrido com uma jovem [A belíssima Mélanie Laurent], sua vida está estagnada.

Bela Mélanie Laurent
Por conta de uma conversa casual com um colega de trabalho, Adam foge desta teia rotineira e aluga um filme, neste filme ele se reconhece em um dos figurantes, mas Adam nunca trabalhou como ator, como alguém pode ser parecido com ele.
O mundo de Adam desmorona, ele não acredita que exista outra pessoa com as feições iguais a dele, quem será esse figurante?

O que é real
Adam entra em uma corrida para tentar se confrontar com esse sósia, que tem uma vida bem melhor do que a dele.
Voltando as escolhas de simbologia do diretor, a escolha da cor amarela é mais um acerto da direção, essa luz quase crepuscular mostra um possível mundo ameaçador onde o tempo parece não existir. Mas a simbologia que mais se destaca no filme é a Aranha, ela é vista logo no inicio do filme onde Adam participa de um clube secreto de Sexo e uma das garotas pisa em uma aranha.

Poder
A aranha é a imagem da fêmea manipuladora e poderosa, envolve tudo a sua volta com a teia. Adam tem medo deste “poder”, e o medo de se comprometer com qualquer relacionamento. Toda mulher acaba se materializando como uma aranha no decorrer do filme, a maior aranha é sua mãe, aquela que nunca podemos ignorar a “super manipuladora”.
A aranha esmagada na primeira cena, nada mais é do que Adam sendo infiel e destruindo o poder da manipuladora.

Quem Somos?
E o filme está cheio de outras referências a isso, teias espalhadas pela cidade, a ideia do guindaste [uma teia gigante, ou mesmo uma perna de aranha], o vidro estilhaçado e claro a cena final, que dá a resposta ao filme.
Vou tentar ir ao cinema novamente, mas será impossível vencer O Homem Duplicado.
Malditovivant, volta na quarta com novos posts.