Qual o limite entre o desejo e a obsessão ?
Adoro livros tenho o sonho de ter uma biblioteca particular, certa vez passeando pela Saraiva do Ibirapuera (Um dos melhores lugares para se comprar livros) um certo livro me chamou a atenção, mas na verdade não era o título do livro e sim a sua capa, acabei comprando o livro. Li o livro em 15 dias, eu não conseguia parar de ler “O Homem Comum” com isso acabei entrando em um mundo diferente da literatura, fugindo um pouco do gênero do Romance Policial o gênero que me incentivou ensinou a ler.
Estava entrando em um gênero diferente que é uma espécie de livro verdade, onde os personagens são como eu e vc pessoas simples que acordam todos os dias trabalha e luta por um lugar ao sol e que tem dilemas comuns como qualquer outro, a conta da Tv a cabo, o aluguel e a educação dos filhos.
E com isso me apaixonei pela maneira de Philip Roth escrever e mesmo ele tendo seus tantos anos consegue escrever sobre temas atuais de um ponto de vista maduro e intrigante, graças a sua experiência de vida e fico pensando se seus personagens são imaginados ou apenas “facetas de uma mente brilhante”.
Mas não comentarei sobre o Homem comum e sim sobre o segundo livro que comprei deste magnífico escritor.
Sinopse: Kepesh é um professor aposentado e atualmente leciona um curso fixo e extracurricular sobre crítica, ao mesmo tempo em que estrela um programa cultural na TV educativa aos domingos, o que faz dele “uma figura razoavelmente conhecida na cidade”. Por toda a sua carreira acadêmica, Kepesh se aproveitou do cargo para levar as alunas para a cama (“ora, sou muito vulnerável à beleza feminina”). Ele é um típico produto dos anos 60, e olhe que na época ele já era professor, não mais um jovem. É evidente que toda essa liberdade trouxe conseqüências. Kepesh ganhou o ódio eterno do filho Kenny, agora com 42 anos. Para Kenny, o pai é uma piada de mau gosto, um devasso, uma nova versão do pai Karamazov, o culpado da vida desgraçada da sua mãe e do seu próprio fracasso emocional e seu atual adultério. Kepesh também o despreza, por sua vida casta (na verdade hipócrita, já que Kenny também trai a esposa; só não tem a coragem de assumir isso). Kenny espelha o puritanismo dos Estados Unidos no que ele tem de mais nocivo. Ele ainda trabalha nesse território como nenhum outro autor vivo, seja em relatos breves como esse, seja nos romances longos, mais comuns em sua ‘oeuvre’. Kepesh também tem o seu quinhão de sofrimento. Em forma de mulher: Consuelo Castillo, uma de suas estudantes, filha de imigrantes cubanos (ricos) e por quem o professor se apaixona, contrariando sua regra pessoal de nunca se comprometer emocionalmente. Consuelo, essa indômita Desdêmona latina Brota o ciúme. E o Iago de Kepesh-Otelo é o próprio Kepesh, de décadas antes. “Como é que sei que um rapaz vai levá-la embora? Porque eu já fui o rapaz que o teria feito (…) Sei do que ele é capaz porque esse rapaz sou eu com vinte e cinco anos, ainda sem mulher e filho”.
Uma narração fantástica onde vc acaba encarnando o personagem em certos momentos [Não sou um professor] a maneira como ele encara Consuela e como ele se contraria por dizer que nunca foi dominado por uma mulher [E cai nas garras ferinas de Consuela] e claro um relato sobre a sociedade norte americana e sobre o puritanismo e como sempre gostamos de julgar o outro, nos tornando falsos Moralistas pq na verdade morremos de inveja das pessoas livres e criticamos pq não temos coragem de ser livres.
Kapesh o personagem principal é um amante da boa vida (Mulheres, Bebidas, musica e literatura) e com esses ingredientes e a chegada da velhice fazem de o Animal Agonizante um excelente livro.
Futuramente falarei um pouco mais sobre o outro livro de Roth